A VALA NOVA, a ligação ao Tejo

As cheias devastadoras do imenso rio Tejo comprometiam a agricultura e a saúde publica, levando logo no final do século XVIII à realização das Obras do Ribatejo (1777-1816). Com estas obras hidráulicas, pretendia-se promover a navegação fluvial e a drenagem dos campos mais férteis do país: a Lezíria do Tejo.

As intervenções que foram sendo realizadas no curso fluvial do baixo Tejo contribuíram para grandes alterações do curso do rio Sorraia, sempre com o objetivo de controlar as cheias, favorecendo a agricultura e facilitando o tráfego fluvial. Em 1822, a Secretaria de Estado dos Negócios do Reino manda a Câmara Municipal de Benavente entregar o dinheiro relativo à venda do desbaste da Mata da Garrocheira, no valor de três contos e quarenta mil reis, “cujos fundos devem ser aplicados em beneficiar a agricultura” para minimizar os fortes danos das inundações. Pouco depois desta data, foi aberta a Vala Nova que seria inicialmente mais estreita, mas que o ímpeto das águas foi ampliando. Só em 1876, com a construção do dique de Bilrete se conseguiram desviar as águas da Vala Nova que invadiam o Sorraia quando ocorriam cheias.

Na Vala Nova, com uma extensão de cerca de 7 Km, foi criado o porto da Vila de Benavente e aí foi construída em 1880 uma ponte metálica que permitia a ligação para Salvaterra de Magos até 1892, quando esta derruiu devido a uma cheia excecional. Uma ponte definitiva sobre a Vala Nova só seria inaugurada em 18 de dezembro de 1954.

O cais da Vala Nova foi um porto comercial com expressão na região, a partir daqui saiam muitas embarcações que permitiam o transporte dos mais diversos produtos.

(Arquivo Histórico Municipal de Benavente)



Documento do Arquivo Histórico de Benavente






VISITANTES